Uma pessoa pode ter sífilis e não saber. Em alguns casos a infecção é silenciosa e não apresenta sintomas durante anos. Ainda assim, a pessoa infectada continua transmitindo a doença. Os sinais também podem aparecer e desaparecer, mas a doença continua latente no organismo (Confira os estágios e sintomas no quadro abaixo).

A Organização Mundial de Saúde (OMS) estima 12 milhões de novos casos de sífilis no mundo anualmente. O Brasil enfrenta uma epidemia da doença, com o número de casos aumentando a cada ano.

A sífilis pode ser prevenida e tem cura. A principal forma de prevenção é a utilização de preservativo, seja ele masculino ou feminino, em todas as relações sexuais.

O não tratamento pode levar a várias outras doenças e complicações, inclusive à morte. Por isso é importante se proteger, fazer o teste em caso de suspeita e, se a infecção for detectada, tratar da maneira correta.

O teste da sífilis é rápido e pode ser feito, gratuitamente, nos postos do Sistema Único de Saúde (SUS). Se o resultado for positivo, o início do tratamento, que também é oferecido pelo SUS, deve ser imediato.

O tratamento é feito, na maioria dos casos, com a penicilina e pode durar, em média, de 7 a 14 dias, dependendo da fase da doença. A parceira ou parceiro sexual de quem já está fazendo o tratamento também precisa fazer o teste para diagnóstico da sífilis e, se positivo, deve passar pelo tratamento para evitar a reinfecção.

Sífilis congênita

Transmitida da mãe para o bebê durante a gestação ou no momento do parto, a sífilis congênita pode causar complicações como nascimento prematuro, baixo peso ao nascer, pneumonia, anemia, má-formação e até acometimento cerebral.

Para que isto não ocorra, é fundamental que a gestante inicie o pré-natal logo no início da gravidez e realize todos os exames necessários. Mesmo que a sífilis seja diagnosticada na mãe, por meio de um tratamento adequado é possível evitar que o bebê nasça com a sífilis congênita.

Caso seja comprovada a doença no bebê, o tratamento com penicilina deve ser iniciado e a criança deve ficar um período internada para investigar possíveis complicações, além de ser acompanhada pela equipe de saúde até os 18 meses para conclusão do caso.

A sífilis é classificada em diferentes estágios de acordo com a sua evolução. Os principais sinais e sintomas de cada estágio são:

Sífilis primária

Úlcera (cancro duro), geralmente única, no local de entrada da bactéria (pênis, vulva, vagina, colo uterino, ânus, boca ou outros locais). Geralmente não dói, não coça, não arde e não tem pus. Podem surgir ínguas na virilha. Aparece entre 10 e 90 dias após o contágio. Pode durar entre 2 e 6 semanas e desaparecer de forma espontânea, independentemente de tratamento.

Sífilis secundária

Manchas no corpo, principalmente na palma das mãos e planta dos pés, que podem ser confundidas com alergia ou outras doenças semelhantes. Surgem entre 6 semanas e 6 meses após aparecimento da úlcera inicial. Desaparecem de forma espontânea em poucas semanas, independentemente de tratamento, mesmo a pessoa ainda tendo a infecção. As lesões de pele são ricas em Treponemas que podem ser transmitidas caso haja contato com ferimentos da pele de outros indivíduos.

Sífilis latente

Não aparecem sinais ou sintomas, sendo o diagnóstico realizado por testes imunológicos. É dividida em recente (menos de 2 anos de infecção) e tardia (mais de 2 anos de infecção). Pode ser interrompida pelo surgimento de sinais e sintomas da forma secundária ou terciária. A existência de histórico de relação sexual desprotegida e a alta suspeita do profissional de saúde são fundamentais para que ocorra o diagnóstico nesse estágio.

Sífilis terciária

Geralmente apresenta lesões cutâneas, ósseas, cardiovasculares (doenças das válvulas cardíacas) e neurológicas (demências, paralisias, entre outras), podendo levar à morte. Pode surgir décadas após o início da infecção.

 

Referências:

http://portalarquivos.saude.gov.br/campanhas/sifilis/

http://www.saude.mg.gov.br/sifilis