As ações para controle e prevenção das doenças transmitidas pelo Aedes aegypti devem ser mantidas durante todo o ano. Entretanto, a chegada das chuvas e o aumento das temperaturas tornam as medidas de prevenção ainda mais relevantes. Neste período, mais do que nunca, o ideal é eliminar recipientes que podem servir para acúmulo de água e, consequentemente, para a proliferação do mosquito.

Cerca de 80% dos focos do Aedes estão dentro das residências e o período de chuvas e calor é considerado o cenário ideal para proliferação do mosquito. Seu ciclo de reprodução pode variar de 5 a 10 dias, passando pela fase larvária até chegar à forma adulta. É a fêmea do mosquito que deposita seus ovos na parede interna dos reservatórios e estes podem permanecer viáveis por aproximadamente um ano. Assim que o ovo entra em contato com a água, ele eclode e inicia o ciclo e, por isso, fazer vistorias detalhadas dentro de casa e nos quintais é fundamental para eliminar possíveis focos. Por isso, quando o armazenamento de água for necessário, ele precisa ocorrer de forma adequada e segura, evitando que os recipientes se tornem criadouros do Aedes.

De acordo com a referência técnica do Programa Estadual de Controle das Doenças Transmitidas pelo Aedes da SES-MG, Dionísio Pacceli, cada cidadão deve contribuir para que seu ambiente doméstico e de trabalho esteja livre do Aedes. “Como sabemos, os focos do mosquito se encontram, em sua grande maioria, dentro das residências. É fundamental que os moradores tenham consciência disso e tomem atitudes simples que vão minimizar o número de criadouros dentro da sua área de vivência”, explica.

Entre as ações de prevenção e controle do Aedes está o cuidado com o armazenamento de lixo, que deve ser mantido em recipiente fechado, além de acondicionar adequadamente os materiais para reciclagem que podem acumular água. Manter a caixa d’água sempre limpa e totalmente tampada e as calhas livres de entupimentos são outras atividades fundamentais para a prevenção de novos focos. Os pratinhos de plantas precisam ser eliminados ou deve-se colocar areia nos pratinhos para que a água não se acumule, além do cuidado especial com bebedouros de animais, que devem ser limpos com água e sabão diariamente. Também é recomendável retirar o fundo de latas, caixas de leite e similares antes do descarte ou guarda-los em sacos fechados para reciclagem

Especificamente em relação à dengue, desde 2010, tem sido predominante a circulação do sorotipo DENV 1 no estado. Este ano, entretanto, é a primeira vez em que há uma circulação predominante do sorotipo DENV 2.

Conforme explica a coordenadora do Programa Estadual de Controle das Doenças transmitidas pelo Aedes, Márcia Ooteman, o reaparecimento do sorotipo DENV 2, após alguns anos de predominância do sorotipo DENV 1, pode ser um motivo de alerta. “A população se encontra suscetível a esse sorotipo, o que pode levar ao aumento do número de casos. Além disso, a literatura científica mostra que o sorotipo DENV 2 provoca maior número de casos considerados graves, especialmente em menores de quinze anos”, explica.

Em 2018, até 05/11, Minas Gerais registrou 25.559 casos prováveis de dengue, com 8 óbitos pela doença confirmados. Em relação à chikungunya, Minas registrou 11.785 casos prováveis, concentrados na região do Vale do Aço, com 1 óbito confirmado e 2 em investigação. Em relação à Zika, até 08/11 foram registrados 166 casos prováveis da doença.

Fonte: Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES)