De acordo com o oftalmologista e glaucomatólogo, Dr. Reinaldo de Oliveira Sieiro Júnior, não se sabe ao certo o que causa o glaucoma, mas o principal fator de risco para a doença é o aumento da pressão intraocular, que só pode ser diagnosticado através do exame oftalmológico. Cabe salientar que nem todas as pessoas com hipertensão ocular têm glaucoma, mas o acompanhamento médico nesses casos é essencial. Além disso, pessoas que têm miopia, são de raça negra ou têm histórico familiar da doença são mais propensas a desenvolver o problema.  O glaucoma pode ocorrer em qualquer idade, mas é mais comum a partir dos 50 anos. 

Para o Dr. Reinaldo Júnior, o maior complicador do glaucoma é a ausência de sintomas. “Quando o paciente nota que seu campo visual está reduzido é porque a doença já está em um estágio bastante avançado”, afirma. E o dano à visão causado pelo glaucoma é permanente, o que significa que se o paciente iniciar o tratamento já com perda visual esta não será recuperada.

O glaucoma é uma doença crônica e o objetivo do tratamento é estabilizar a pressão intraocular para evitar que o problema avance. Isso pode ser feito através de colírios, tratamento a laser ou cirurgia, de acordo com a gravidade do caso. O médico alerta para os riscos da interrupção do tratamento. “Muitas vezes, o paciente suspende por conta própria o uso de determinados colírios devido a efeitos adversos, como olhos avermelhados, aumento dos cílios, escurecimento das pálpebras ou da cor dos olhos. Nesses casos, é importante conversar com o oftalmologista para trocar a medicação”, afirma. Ele salienta que essa área da medicina tem avançado muito, com diversas opções de medicamentos, além de técnicas cirúrgicas inovadoras.

Outra questão fundamental em relação ao tratamento é que mesmo que se estabilize o problema e não seja mais necessária a medicação, o acompanhamento do paciente tem que ser feito para o resto da vida, pois a doença não tem cura.

O Dr. Reinaldo Júnior ressalta a importância da visita anual ao oftalmologista ou de acordo com a indicação médica para fazer os exames de rotina, pois não há outras formas de prevenção da doença. ”O glaucoma primário é uma questão genética e não tem relação com estilo de vida, uso de medicamentos ou esforço visual, por isso é fundamental o acompanhamento médico”, explica. O oftalmologista lembra ainda que o controle do glaucoma tem resultados muito melhores quando a doença é diagnosticada em estágio inicial.