No Brasil, as hepatites virais mais comuns são as causadas pelos vírus A, B e C e milhões de pessoas desconhecem que estão infectadas. As hepatites B e C podem, caso não sejam tratadas, evoluir para cirrose hepática ou câncer de fígado. Por isso, quando for ao médico, pergunte a ele o seu risco potencial para ser um portador de infecção crônica por estes vírus e realize os exames apropriados, quando indicado. Este cuidado é ainda mais importante naqueles que não se imunizaram contra a hepatite B ou que têm mais de 40 anos e podem ter sido expostos ao vírus da hepatite C, como transfusão de sangue, cirurgias, e sexo sem proteção com parceiro desconhecido ou infectado.

As principais formas de se adquirir as hepatites virais são:

. Contágio fecal-oral: condições precárias de saneamento básico e água, de higiene pessoal e dos alimentos. Infecção principalmente pelos vírus A e E;

. Transmissão sanguínea: sexo sem proteção, compartilhamento de seringas, agulhas, lâminas de barbear, alicates de unha e outros objetos compartilhados que furam ou cortam a pele. Infecção pelos vírus B, C e D;

. Transmissão sanguínea: da mãe para o filho durante a gravidez, o parto e a amamentação. Infecção pelos vírus B, C e D. 

No caso das hepatites B e C é preciso um intervalo de 60 dias do contágio para que os anticorpos sejam detectados, ou seja, para que o exame seja positivo.

A evolução das hepatites varia conforme o tipo de vírus. Os vírus A e E apresentam apenas formas agudas de hepatite, não possuindo potencial para formas crônicas. Isto quer dizer que, após uma hepatite A ou E, o indivíduo pode se recuperar completamente, eliminando o vírus de seu organismo. Por outro lado, as hepatites causadas pelos vírus B, C e D podem apresentar tanto formas agudas, quanto crônicas de infecção, quando a doença persiste no organismo por mais de seis meses. Vale lembrar que as infecções agudas pelos vírus B e C também evoluem para cura espontânea, como na hepatite A, em muitos casos.

As hepatites virais são doenças de notificação compulsória, ou seja, cada ocorrência deve ser notificada ao sistema público de saúde, mesmo que o paciente esteja sendo atendido na rede privada. Isto é importante para mapear os casos de hepatites no país e ajuda a traçar as diretrizes de políticas públicas no setor.

Sintomas

Em grande parte dos casos, as hepatites virais são doenças silenciosas. Geralmente, quando os sintomas aparecem a doença já está em estágio mais avançado. E os mais comuns são: febre, fraqueza, mal-estar, dor abdominal, náuseas, vômitos, perda de apetite, urina escura (cor de café), icterícia (olhos e pele amarelados) e fezes esbranquiçadas.

Prevenção e tratamento

A vacina é uma forma de prevenção contra as hepatites do tipo A e B e está disponível gratuitamente no SUS. Quem se vacina para o tipo B se protege também para hepatite D. Para os demais tipos de vírus não há vacina e o tratamento é indicado pelo médico.

A hepatite C tem cura em mais de 90% dos casos quando o tratamento é seguido corretamente. As hepatites B e D têm tratamento e podem ser controladas, evitando a evolução para cirrose e/ou câncer.

A hepatite A é uma doença aguda e o tratamento se baseia em dieta e repouso. Geralmente melhora em algumas semanas e a pessoa adquire imunidade, ou seja, não terá uma nova infecção.

Todas as hepatites virais devem ser acompanhadas por profissionais de saúde.

Fonte: Ministério da Saúde

http://www.aids.gov.br/pt-br/publico-geral/o-que-sao-hepatites-virais

http://saude.gov.br/saude-de-a-z/hepatite#hepatite