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Rotavírus: por que se preocupar?

04/06/2024

A infecção pelo rotavírus provoca doenças diarreicas agudas, sendo a principal causa global de gastroenterite grave e desidratação em crianças menores de cinco anos.

Pessoas de todas as idades são suscetíveis ao rotavírus, mas as manifestações costumam ser brandas em adultos. Segundo Mariana França, enfermeira do programa Vida Nova, da Copass, as crianças menores são mais vulneráveis porque os principais sintomas da rotavirose são diarreia e vômitos, que causam desidratação. “Como a criança pode desidratar em questão de horas, a infecção a debilita rapidamente e, sem tratamento adequado , alguns casos tendem a se agravar, podendo evoluir com consequências como problemas renais, colite, entre outras”.

Sintomas

A infecção pode ser assintomática, mas, na maioria dos casos, principalmente entre seis meses e dois anos de idade, os sintomas mais comuns são vômitos repentinos, diarreia com aspecto aquoso, gorduroso e explosivo, e febre alta. Sintomas respiratórios, como coriza e tosse, também podem ocorrer. Além disso, a desidratação é o principal sinal de agravamento dos quadros.

Formas de contágio

A transmissão do rotavírus ocorre pela via fecal-oral, ou seja, o vírus é eliminado nas fezes e contamina o ambiente. Ele pode entrar no organismo através do contato pessoa a pessoa, pela água, alimentos e objetos contaminados ou pelas vias aéreas. É possível detectar o rotavírus nas fezes mesmo após a completa resolução da diarreia.

A enfermeira Mariana percebe que há um desconhecimento da população em relação aos cuidados para evitar o contágio. Ela explica que quando o bebê recebe a vacina contra o rotavírus, é importante que a família, durante aproximadamente 15 dias após cada dose, tenha cuidados ao manusear a fralda contendo fezes para que não haja contaminação do cuidador, pois a criança elimina o vírus nas fezes. Assim, a orientação dada os pais é para, a cada troca de fraldas, lavar imediatamente as mãos, passar álcool no trocador e descartar a fralda bem acondicionada no lixo fora de casa.

O rotavírus é de fácil contágio. Uma criança contaminada pode espalhar rapidamente o vírus no ambiente e contaminar outras que não estejam imunizadas. Por isso é comum ocorrerem surtos da infecção em escolas e creches.

Tratamento

Não existem medicamentos específicos para combater a infecção por rotavírus. O tratamento é baseado na hidratação, com reposição constante dos líquidos e minerais perdidos nos vômitos e na diarreia. Os quadros leves podem ser tratados com soro caseiro, muito líquido e alimentação normal. Não é recomendado o uso de medicamentos antimicrobianos, antidiarreicos ou antieméticos.

Importância da vacinação

A principal forma de prevenção contra o rotavírus é a vacina, que faz parte do Programa Nacional de Imunizações (PNI) do Ministério da Saúde. São licenciadas no país duas formas do imunizante, administradas por via oral. A monovalente, oferecida pelo SUS, é dividida  em duas doses (aos dois e quatro meses de idade) e a pentavalente, em três doses (aos dois, quatro e seis meses). O intervalo mínimo entre uma dose e outra é de 30 dias. O esquema vacinal tem idade limite para ser iniciado, que é aos 3 meses e 15 dias de vida. E a idade máxima para as demais doses é de 7 meses e 29 dias.

Reações adversas em relação à vacina são incomuns. Contudo, se a criança tiver sintomas fortes da doença após tomar a primeira dose, é necessário buscar orientação médica para completar o esquema vacinal.

Para a enfermeira Mariana França, a população precisa ser bem informada sobre o quão grave pode ser a exposição ao rotavírus de uma criança não imunizada, mostrando as possíveis consequências. “A diarreia, por exemplo, é uma das causas que mais mata crianças no primeiro ano de vida”, afirma.

A cobertura vacinal no Brasil aumentou em 2023, comparada ao ano anterior, passando de 76,6% para 84,3% do público-alvo. A Organização Mundial da Saúde (OMS) preconiza que a vacina seja administrada a pelo menos 90% da população infantil para atingir a chamada imunidade coletiva.

Outras formas de prevenção

Além da vacina, a prevenção inclui práticas de higiene e ações como:

. Lavar sempre as mãos antes e depois de utilizar o banheiro, trocar fraldas, manipular/preparar os alimentos, amamentar, tocar em animais;

. Lavar e desinfetar as superfícies ou utensílios usados na preparação de alimentos e troca de fraldas;

Proteger alimentos e áreas da cozinha contra insetos e animais;

. Guardar a água tratada em vasilhas limpas e não utilizar água de riachos, rios, cacimbas ou poços contaminados;

. Ensacar e manter a tampa do lixo sempre fechada. Quando não houver coleta de lixo, este deve ser enterrado;

. Manter o aleitamento materno, que aumenta a resistência contra as diarreias.

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