O termo AVE vem sendo usado com mais frequência porque amplia o diagnóstico, englobando também os acidentes vasculares ocorridos no cérebro, tronco encefálico e cerebelo.  Existem dois tipos de AVE: o isquêmico, comumente causado pela falta de circulação do sangue numa região específica do encéfalo, por entupimento provisório ou permanente, parcial ou total, geralmente, de uma artéria; e o hemorrágico, causado pela ruptura de uma artéria.  Este último tipo é mais grave a curto prazo, mas oferece menos riscos de sequelas.

Segundo o neurologista Marcelo Volpe, da clínica Neuronium, credenciada da Copass Saúde, o socorro rápido é fundamental para o paciente, pois o prazo máximo para iniciar o tratamento, chamado de terapia trombolítica, é de quatro horas e meia após o ataque, normalmente agudo. Mas em torno de duas horas após, sem socorro adequado, já se pode esperar que hajam sequelas, mesmo que sejam observadas apenas na ressonância magnética. O tratamento vai depender do grau do AVE e das condições do paciente, mas quanto antes iniciado, maiores as chances de recuperação total ou de redução das sequelas.

Por isso é tão importante que as pessoas conheçam os sintomas. De acordo com o médico, geralmente, o AVE aparece subitamente, muitas vezes de madrugada, e pode se manifestar com um ou vários sintomas, que podem ser: fraqueza ou dormência de braços e pernas, mais comum somente de um lado do corpo; dificuldades para falar ou entender o que os outros estão falando; desvio dos lábios para um lado do rosto; falta de equilíbrio; alterações na visão, confusão mental e até mesmo coma. O AVE hemorrágico também pode provocar dor de cabeça e vômitos. Os sintomas podem se tornar sequelas permanentes se o tratamento não for introduzido em tempo.

O neurologista afirma que a principal causa do AVE é a hipertensão arterial sistêmica. “Os riscos de ocorrer um AVE diminuem em até 60% se a pressão arterial mantiver-se controlada em até 120/80 mmHg.” Outros fatores de risco importantes são o diabetes melitus, o tabagismo, colesterol elevado, obesidade e sedentarismo. Para as mulheres, o uso de anticoncepcionais também é fator de risco, principalmente para aquelas que têm mais de 35 anos, são fumantes ou têm enxaquecas frequentes. O abuso de drogas e álcool também aumentam as chances de apresentar um AVE  para homens e mulheres de qualquer idade.

O Dr. Marcelo Volpe salienta que, ao reconhecer qualquer um dos sintomas,  o ideal é buscar o mais depressa possível atendimento em serviço de urgência hospitalar que conte com um neurologista e também o quanto antes realizar uma tomografia computadorizada do crânio. Este ainda é o exame mais indicado para identificar se o evento é hemorrágico ou isquêmico, informação de suma importância para definição do tratamento específico. Ele aconselha que, quando possível, sejam levadas informações sobre todos os medicamentos dos quais o paciente faz uso, além dos exames já realizados. A terapia trombolítica é um tratamento eficiente se utilizada com critérios por equipe de saúde treinada.