Manter o cuidado com as doenças crônicas tem sido mais complicado para muitos pacientes nesse momento. Segundo o geriatra Leonardo Antunes, da Clínica Auge*, o isolamento social - essencial para diminuir a contaminação pelo coronavírus -, por si só, leva a vários fatores que podem agravar as doenças já existentes.  A redução ou suspensão de atividades físicas, aumento da ansiedade, preocupação financeira, distanciamento de pessoas queridas, dificuldade de acompanhamento médico e de realização de exames, dentre outros, são exemplos comuns. O médico faz ainda um parêntese para uma condição especial dos idosos: “diariamente, eu percebo o grande impacto psíquico causado pelo afastamento que se faz necessário entre os avós e os netos. É, realmente, uma situação extremamente difícil para eles.”

Mesmo diante desse cenário, o cuidado específico dos doentes crônicos de todas as idades não pode ser negligenciado. Para o controle das doenças, o geriatra orienta que, em princípio, o paciente deve manter os medicamentos e realizar o acompanhamento pelo seu médico ou profissional de saúde habilitado, à distância, preferencialmente, ou presencial quando necessário. Ele ressalta que “a teleconsulta e o telemonitoramento têm sido instrumentos excelentes para acompanhamento dos doentes crônicos em tempos de pandemia. Lembrando que é fundamental redobrar a atenção, visto que a maioria destas doenças, principalmente quando não controladas, são fatores de risco para pior prognóstico com relação à infecção pelo coronavírus.”

O Dr. Leonardo afirma que com o distanciamento social, muitos profissionais reduziram ou até suspenderam os atendimentos ambulatoriais para os casos mais leves, levando algumas pessoas a procurar pelos hospitais, o que não é a alternativa mais adequada, tendo em vista o maior risco de contaminação nestes ambientes. Assim, o acompanhamento à distância, feito com o médico de referência, com quem o paciente já tem um vínculo de confiança mútua, se mostra ainda mais importante. E o teleatendimento tem sido uma boa alternativa. Contudo, em casos de urgência e emergência, o atendimento hospitalar é necessário e a maioria dos hospitais já estão adaptados para atendimento com mais segurança, com fluxo exclusivo para pacientes com suspeita de covid-19, reduzindo o risco de contágio.

O médico reforça que o acompanhamento individualizado, com o médico que conhece o paciente e também a sua família, é o mais indicado. “Digo sempre que a verdadeira medicina é aquela que aproxima, no sentido de confiança e disponibilidade. Ter um profissional de referência para esclarecer dúvidas e trazer uma informação mais técnica, tem sido um grande diferencial em meio a este bombardeio de informações e Fake News”, acrescenta.

Quando não for possível manter o contato à distância com o médico assistente, a Copass Saúde  dispõe de credenciados que oferecem o serviço de teleatendimento (o beneficiário pode entrar em contato pelo telefone (31)3298-5800 para obter mais informações).

Por fim, o geriatra Leonardo Antunes avalia que apesar de estarmos vivendo um período de incertezas, ansiedade, medo e insegurança, este também é um momento de autoconhecimento, de convivência familiar e de proteção das pessoas que amamos, principalmente os que correm mais riscos. E cabe lembrar orientações que valem para todos, que são o autocuidado e o cuidado com o próximo, uso de máscaras, lavagem das mãos com água e sabão, uso de álcool gel constantemente, além do distanciamento social.

 

*A Clínica Auge oferece teleatendimento em diversas especialidades. Informações: (31)2551-1510.