A cada quatro adultos, um não pratica atividade física. A situação é ainda mais alarmante entre os adolescentes, pois a cada cinco, quatro são sedentários. São dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), que estima que, de 2020 a 2030, quase 500 milhões de pessoas vão desenvolver doenças cardíacas, obesidade ou outras doenças atribuídas à inatividade física.

O sedentarismo faz parte de um estilo de vida perigoso, cada vez mais comum na rotina de pessoas de todas as idades. Segundo a fisioterapeuta do programa Integração Saúde e especialista em exercício físico aplicado à reabilitação cardíaca e grupos especiais, Bárbara Brasil, a falta de atividade física exerce influência direta sobre os principais fatores evitáveis de risco para a saúde, que são a obesidade, hipertensão, colesterol alto e diabetes.

Bárbara salienta que, mesmo mantendo o peso adequado, a pessoa considerada sedentária pode desencadear diversos destes fatores, ou seja, a atividade física não se destina apenas à manutenção de uma boa forma física, mas à promoção da saúde geral. “Não tem outro jeito, tem que fazer!”

 

 

 

 

BENEFÍCIOS

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), aqueles que atingem os níveis recomendados de atividade física têm um risco reduzido de 20 a 30% de morte prematura, cerca de 7 a 8% de todos os casos de doenças cardiovasculares, depressão e demência, e cerca de 5% dos casos de diabetes tipo 2.

Para a fisioterapeuta, os benefícios do exercício físico começam a partir da melhora da qualidade do sono e vão levando a outros como a redução dos efeitos da ansiedade e depressão, melhora da circulação cardiovascular, melhora na função digestiva (independentemente do tipo de alimentação habitual), e melhora da condição psicológica da pessoa, devido à produção de dopamina e serotonina, hormônios do prazer e do bem-estar.

Além destes benefícios, a OMS acrescenta a redução do risco de desenvolvimento de vários tipos de câncer, melhora da saúde cerebral, incluindo a função cognitiva, e o fortalecimento de músculos e ossos, contribuindo para a prevenção de queda dos idosos.

Tudo isso vai permitir que a pessoa tenha mais qualidade de vida, melhor desempenho no trabalho, nos estudos e em todas as atividades do seu dia a dia.

QUANTIDADE, FREQUÊNCIA E TIPO IDEAIS

O ideal, para que a pessoa tenha uma resposta significativa e consiga manter um estilo de vida saudável, é, pelo menos, 30 minutos por dia, de três a cinco vezes por semana, recomenda Bárbara. Mas ela afirma que é preciso ir com calma: “se a pessoa não tem costume de praticar atividade física, o ideal é que ela comece com uma caminhada ou bicicleta, para pegar o ritmo. E, inicialmente, com tempos mais curtos.”

A sugestão é que, na primeira semana, o iniciante comece com 15 minutos por dia, de três a cinco vezes por semana. É importante perceber como o corpo vai reagir, se vai gerar algum tipo de dor articular, dor no peito, tontura... A evolução deve ser gradativa até chegar ao ideal.

Aos poucos, a pessoa também pode, dentro dos 30 minutos ao dia, aumentar a intensidade da atividade, ou seja, manter o tempo, mas aumentar a carga dos exercícios. Assim é possível quantificar e qualificar o tempo de atividade, melhorando a resistência.

O tipo de exercício também pode evoluir. “Hoje, com uma frequência de, no mínimo, 5 vezes por semana, eu vejo uma resposta muito positiva em diversas atividades como corrida, ciclismo, tênis, musculação, pilates”, diz Bárbara.

Em princípio, quanto mais exercícios a pessoa consegue fazer, melhor a prevenção. Mas a fisioterapeuta alerta que é preciso tomar cuidado com os excessos porque é fundamental observar as condições de cada pessoa para não gerar prejuízos.  Além disso, pessoas sedentárias, geralmente, não têm boa condição física e se já iniciarem os exercícios numa carga maior, provavelmente, vão encontrar dificuldades e podem acabar desistindo.

O excesso de exercício pode causar problemas tanto quanto a falta. É importante sempre perceber o próprio corpo e ter paciência. “Nada vai gerar um efeito da noite para o dia. Não dá para prevenir uma doença cardíaca fazendo apenas um mês de exercícios intensos e parando os outros 11 meses do ano. É melhor fazer pouco tempo de atividade por dia, durante todo o ano, para ir construindo uma vida mais saudável”, ressalta.

COMEÇAR DO JEITO CERTO

A forma como a pessoa inicia a prática de atividade física pode ser determinante para sua continuidade e a consolidação do hábito. Para a fisioterapeuta, tudo é uma questão de constância. Ela dá três dicas que considera essenciais:

1 – O mais importante, antes de tudo, é observar e respeitar o próprio corpo e os seus limites.

2 - Se a pessoa inicia a prática com uma atividade mais leve e por um tempo curto, além de não sobrecarregar o organismo, ela tem um estímulo para, aos poucos, aumentar a intensidade e o tempo dos exercícios.

3 – É importante escolher uma atividade que seja agradável para a pessoa e adequada ao seu estilo de vida e condições físicas e financeiras para que ela consiga manter o interesse e a disponibilidade.

“Eu sempre falo para meus pacientes que o básico é o que dá certo. Não adianta complicar muito e não conseguir manter. Ir aos poucos, respeitando suas condições e observando os limites do seu corpo é o que vai garantir a persistência na prática”, afirma Bárbara.

Outra questão relevante é que cada corpo reage de uma forma. Uma pessoa que tenha comorbidades precisa de maior cuidado e paciência para a prática do exercício físico. Já uma pessoa jovem, sem problemas de saúde, vai conseguir avançar mais rápido. Contudo, devido ao estilo de vida sedentário, observa-se, hoje, que as comorbidades já não podem mais ser relacionadas à idade, alerta a fisioterapeuta. “Antes, a artrose era mais comum em pacientes com mais de 70 anos e, atualmente, já temos pacientes que desenvolveram a doença aos 20 anos por sedentarismo.”

Por isso, quanto mais cedo, melhor. E seja qual for a idade e a condição física, é importante contar com a orientação de um profissional capacitado para ajudar a entender as reações do organismo e qual a atividade mais indicada.

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Em comemoração aos 30 anos de fundação Copass Saúde, será realizado, no dia 28 de maio, em Belo Horizonte, um Circuito de caminhada e corrida, com três modalidades. Uma manhã de movimento e bem-estar para valorizar quem já incluiu a atividade física em sua rotina e dar um empurrãozinho em quem ainda vai começar.

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Fontes:

Organização Mundial da Saúde

Portal EBC