De acordo com o Ministério da Saúde, de 1º de janeiro a 16 de março de 2024 foram notificados em todo o país 483.357 casos de covid-19, com 2.328 óbitos. Com a entrada no período do outono/inverno, quando intensificam-se os casos de síndromes respiratórias aguda, é importante redobrar a atenção em relação à Covid-19.

Segundo a Dra. Yordanka Maldonado Pons, médica de Família e Comunidade da Clínica Doc, do Programa Integração Saúde, em Belo Horizonte, existe uma mudança na percepção da Covid-19 desde o início da pandemia até agora. Incialmente, a Covid foi caracterizada como uma doença grave e rapidamente fatal. Hoje, depois de várias pesquisas do programa de vacinação intensiva contra Covid-19 e do acompanhamento dos casos, pode-se dizer que a doença está mais controlada e, com isso, menos perigosa.

Contudo, alerta a médica, isso dá uma falsa sensação de tranquilidade à população, pois porcentagem porcentual de rletalidade da doença diminuiu, mas não a sua disseminação. E muitos quadros ainda podem evoluir para complicações graves e óbito.

 

 

 

 

O RISCO DAS INFECÇÕES

“Ainda observamos vários casos de reinfecção pela Covid-19, com pacientes infectados quatro ou mais vezes ”, diz a Dra. Yordanka. E, além da alta prevalência de de casos de Covid, têm sido frequentes as infecções simultâneas por outros vírus que estão circulando, como dengue e influenza. Isto demanda maior necessidade de acompanhamento para evitar complicações.

O risco de uma reinfecção de maior gravidade não é igual ao da dengue, por exemplo. No caso da Covid, isso depende do tipo de reinfecção. Se for uma variante que a pessoa já teve contato, há mais chance de o organismo ter anticorpos que vão combater melhor a doença. Por outro lado, se for uma nova variante, pouco disseminada, há mais chances de o pacinete evoluir para quadros mais graves. Mas isso, felizmente, não é comum, ressalta a médica, justamente graças à evolução da vacina, que vai incorporando a capacidade de imunização contra as novas variantes.

AS VARIANTES

Atualmenteexistem oito tipos de coronavírus que infectam os seres humanos. É um vírus que tem como característica a mutação frequente e ficamos expostos e suscetíveis a isso. Com grande circulação em diversos países, uma das variantes mais recentes é a ômicron, que está contemplada na vacina bivalente oferecida pelo Sistema Único de Saúde.  

“A suscetibilidade ao coronavírus que tínhamos antes da vacina era muito superior à que temos hoje. Sem ela, a população não tinha nenhum tipo de defesa imunológica para se proteger do vírus e suas variações. Daí a importância da vacinação”, salienta a Dra. Yordanka.

VACINA É PROTEÇÃO E VIDA!

A vacina contra a Covid-19 é a melhor arma no combate à doença. Todas as formas de prevenção são importantes, mas nenhuma é tão eficiente, principalmente com o afrouxamento das regras de proteção como o uso de máscaras e distanciamento.

O objetivo da vacinação contra a covid é a redução do número de pessoas com sintomas, além de evitar quadros graves, internações e complicações que levem à morte. À medida que nos familiarizamos com o vírus, as vacinas vão se tornando cada vez mais eficazes. A Dra. Yordanka explica que hoje temos uma vacina padrão, a bivalente, que tem a proteção para o vírus original e para as variantes mais recentes, incluindo a ômicron. E quanto mais imunidade temos diante das variantes circulantes, mais protegidos ficamos em relação outras que possam surgir, pois a base do RNA viral é a mesma.

O movimento antivacinas trouxe uma desconfiança em relação aos imunizantes, especialmente o da Covid-19, mesmo diante de dados que comprovam a sua eficiência. “Mas fato é que a vacina é essencial. A confiança na ciência e, sobretudo, nas vacinas é o que nos permite vencer as doenças”, diz a médica.

ALERTA PARA A VACINAÇÃO INFANTIL

A Dra. Yordanka faz um alerta para o aumento dos casos de doenças respiratórias entre as crianças devido, principalmente,  à falta de um esquema vacinal completo. “Nossas crianças estão adoecendo por doenças infectocontagiosas completamente preveníveis. Por isso, é muito importante que elas sejam vacinadas para todas as doenças que estão incluídas no Programa Nacional de Imunização.”

 

ESQUEMA DE VACINAÇÃO ATUAL

Confira o esquema vacinal e de reforço para a Covid-19 do Ministério da Saúde:

. Crianças de 06 meses a 04 anos, 11 meses e 29 dias – três doses, com intervalo de quatro semanas entre a primeira e a segunda doses e oito semanas entre a segunda e a terceira.

. Grupos prioritários a partir de 05 anos (pessoas imunocomprometidas, gestantes, puérperas, pessoas com mais de 60 anos ) – três doses iniciais e, a partir disso, uma dose de reforço a cada seis meses.

. Demais grupos prioritários  a partir de 05 anos (pessoas que vivem ou trabalham em instituições de longa permanência, indígenas, ribeirinhos, quilombolas, trabalhadores da saúde, pessoas com deficiência permanente ou comorbidades, pessoas privadas de liberdade com 18 anos ou mais, funcionários do sistema prisional, adolescentes e jovens cumprindo medidas socioeducativas e população em situação de rua) - três doses iniciais e, a partir disso, uma dose de reforço a cada seis meses.

. Pessoas com mais de 5 anos e menores de 60 anos – as que não foram vacinadas anteriormente ou receberam apenas uma dose podem iniciar ou completar o esquema primário, que consiste em duas doses com intervalo mínimo de quatro semanas. A partir disso, recomenda-se uma dose anual de reforço.

Não há contraindicação em tomar as vacinas contra a covid-19 e a vacina da gripe juntas.