Estar vacinado contra a covid-19 hoje pode representar a diferença entre permanecer ativo ou em estar gravemente doente ou com sequelas deixadas por um mal que poderia ser evitado. Por isso, não receber a vacina nas doses e intervalos recomendados é um grande risco que não se pode correr.

De acordo com o Ministério da Saúde, as vacinas passaram por todas as etapas necessárias para a criação de um novo imunizante e cumprem critérios científicos rigorosos adotados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Ou seja, as vacinas contra a covid-19 são seguras e eficazes.

A proteção gerada pelas vacinas decorre da capacidade que elas têm de induzir nosso sistema de defesa a produzir mecanismos próprios do organismo para impedir ou reduzir a instalação da doença. A maioria dos imunizantes utilizados contra a covid-19 no Brasil exigem a aplicação de duas doses para completar a imunização prometida. A proteção contra a infecção inicia-se, de forma parcial, por volta do décimo quinto dia após a aplicação da primeira dose. Além disso, a quantidade de anticorpos suficiente para maior proteção contra a doença é obtida em torno de 15 dias após a segunda dose.

Nenhuma vacina é 100% eficaz, mas a imunização contra o coronavírus elimina ou reduz drasticamente o risco de adoecimento ou de manifestações graves, que podem levar à internação e óbito. Quem não completa o esquema vacinal está mais sujeito à infecção e protegido por menos tempo, em comparação com pessoas que recebem a vacinação de forma adequada e completa.

Outra questão importante, em um cenário onde muitas pessoas ainda não têm acesso aos imunizantes, é que a aplicação parcial das doses dificulta o controle da circulação do vírus e pode favorecer a disseminação de variantes mais resistentes. Isso pode acontecer porque, segundo os especialistas, uma variante mais potente do vírus poderia não infectar uma pessoa que recebeu duas doses, mas se proliferar em outra que só recebeu uma dose ou nenhuma vacina.

Quem não tomou a primeira dose precisa se vacinar. E quem tomou a primeira, mas não recebeu a segunda dose no tempo certo deve procurar o posto de vacinação para completar o esquema vacinal e garantir sua proteção.  A orientação é de que a segunda dose aplicada seja sempre do mesmo imunizante utilizado na primeira.

Especialistas avaliam as razões para que uma pessoa não queira se vacinar ou para quem já tomou a primeira dose não compareça para receber a segunda. Entre os motivos apontados estão a desinformação sobre o intervalo adequado entre as doses; a escassez de vacinas em determinadas regiões; o medo de reações adversas ou de contrair a doença através do imunizante (o que não é possível, porque as vacinas são feitas com vírus inativado ou apenas parte do vírus). A dificuldade de acesso aos locais de vacinação e a crença em informações falsas sobre os imunizantes, produzidas e disseminadas em redes sociais, sem nenhum amparo científico, são também argumentos para não se vacinar.

A luta é de todos e o vírus não pode vencer! E somente com a vacinação completa,  aliada às medidas sanitárias preventivas, poderemos ganhar esta batalha. Ainda não se sabe por quanto tempo a imunidade gerada pela vacina vai durar e, neste momento, não é possível escolher qual vacina tomar, pois é necessária a vacinação do maior número possível de pessoas para diminuir a circulação do vírus.

De acordo com a Sociedade Brasileira de Imunizações, estima-se que quando atingirmos 70 a 80% de cobertura vacinal na população brasileira (exceto a população infantil), conseguiremos obter a imunidade coletiva. O prazo para alcançarmos essa meta depende do número de doses de vacinas disponíveis e do tempo que o país vai levar para vacinar toda a população-alvo com as duas doses.

É importante saber que os estudos até agora demonstram que a vacina diminui as chances de adoecimento, mas não pode evitar que uma pessoa seja contaminada ou que transmita o vírus. Por isso, mesmo após receber a vacinação adequada, é fundamental manter os cuidados preventivos com o uso de máscaras, higienização das mãos e distanciamento social, até que se possa reduzir estas medidas de forma segura.

 

Fontes:

Sociedade Brasileira de Imunologia - SBI

Sociedade Brasileira de Imunizações - SBIM

Hospital Israelita Albert Einstein

Ministério da Saúde