A Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia (SBPT) alerta que as infecções virais, que têm aumento de incidência no inverno, são causas frequentes de desencadeamento das crises asmáticas. Além disso, os portadores da doença, particularmente os classificados como formas graves, estão incluídos no grupo de risco para complicações da COVID-19. Por isso, a recomendação da SBPT para esses pacientes, durante a pandemia, é manter o tratamento da asma normalmente, conforme prescrito pelo médico, restringir o convívio social e, quando possível, desenvolver atividades na forma de “home office”. Também é orientado que portadores de asma sejam vacinados contra a influenza (gripe) e pneumococo.

O paciente asmático deve seguir todas as recomendações determinadas pelo Ministério da Saúde em caso de febre e sintomas respiratórios, além de ajustar o tratamento da asma caso seja necessário, de acordo com as recomendações feitas pelo seu médico. A SBPT recomenda o uso dos inaladores dosimetrados (conhecidos como espaçadores) para a administração de medicamentos por via respiratória. O uso correto dos espaçadores facilita que os medicamentos alcancem as vias aéreas inferiores e desta forma, aumentam a eficácia dos medicamentos. É muito importante que o paciente siga as orientações do seu médico sobre como usar adequadamente os espaçadores, pois o uso incorreto dos medicamentos inalatórios é uma das principais causas de insucesso no controle da asma.

A falta de ar é um dos sintomas mais importantes da COVID-19 e isso pode confundir pacientes com asma, que geralmente sentem este sintoma durante uma crise, se a doença não estiver bem controlada. Nestes casos, é recomendada a avalição pelo médico assistente, principalmente se houver febre associada.

A causa exata da asma ainda não é conhecida, mas acredita-se que vem de um conjunto de fatores genéticos (história familiar de alergias respiratórias – asma ou rinite) e ambientais. Vários fatores podem desencadear ou agravar crises de asma como  alérgenos domiciliares (pó domiciliar, ácaros, fungos, polens, pelo e saliva de animais), infecções respiratórias, agentes irritantes (fumaça em geral, principalmente de cigarro, e poluição do ar), variações climáticas, problemas emocionais, alguns medicamentos e, em algumas pessoas, a atividade física, denominada asma induzida pelo exercício. Cabe salientar que a asma induzida pelo exercício não impede que o indivíduo pratique esportes, devendo, nestes casos, fazer a profilaxia das crises antes de iniciar a atividade física.

O tratamento da asma é um programa de parceria entre médico, paciente e familiares, com foco na orientação e identificação dos fatores desencadeantes e agravantes, especialmente no ambiente domiciliar. A maioria dos pacientes asmáticos é tratada com dois tipos de medicação, sendo uma controladora ou de manutenção, para prevenir os sintomas e evitar as crises, e outra de alívio ou resgate, para aliviar os sintomas quando houver piora do quadro. Na maioria dos casos, o uso correto da medicação controladora diminui ou até elimina a necessidade da medicação de alívio.

Estima-se que no Brasil existam aproximadamente 20 milhões de asmáticos. De acordo com a Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia, apenas 12,3% destes estão com a doença bem controlada. O Dia Nacional de Controle da Asma, celebrado em 21 de junho, é uma data de conscientização da população sobre a doença, seus sintomas e modos de prevenção das crises e mortes.

Medidas simples de controle ambiental são fundamentais para evitar as crises de asma:

- Manter a casa, principalmente o quarto, bem limpa e arejada. Se possível, a limpeza deve ser diária com aspirador (de preferência que tenha o filtro HEPA) e pano úmido, sem produtos com cheiro forte;
- Não usar vassouras, pois espalham a poeira fina, que ficará em suspensão e voltará a se depositar;
- Retirar tapetes, carpetes, cortinas, almofadas, estantes com livros e objetos que facilitem o acumulo de pó;
- Encapar colchões e travesseiros com tecido específico, para criar uma barreira física contra o ácaro;
- Evitar animais dentro de casa.

Fontes:

Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia

Biblioteca Virtual em Saúde - Ministério da Saúde

Drauziovarella.uol.com.br