Para a médica credenciada da Copass Saúde, Marina Chagas Sales, ginecologista especialista em colo de útero e videocirurgia ginecológica, promover a saúde integral é olhar a mulher por inteiro, focando nos cuidados para cada etapa da vida, com atenção aos fatores de risco e às condições não só ginecológicas, como cardiovasculares,  endocrinológicas e emocionais.

A Dra. Marina explica que a mulher precisa ter consciência do seu autocuidado. Isso implica, antes de tudo, no respeito ao próprio corpo. E começa desde cedo. “Na adolescência, por exemplo, se respeitar inclui proteger-se das doenças sexualmente transmissíveis (DSTs)”, diz ela. A manutenção do peso também é uma necessidade que perpassa todas as fases, não por questões estéticas, mas para a prevenção de uma série de doenças. E a busca por assistência médica periodicamente, segundo a médica, é essencial, pois o acompanhamento médico adequado vai nortear a realização dos exames preventivos necessários para cada fase, levando em conta o histórico de vida de cada mulher.

Os principais exames e cuidados preventivos são indicados de acordo com a idade. Segundo a ginecologista, antes dos 25 anos, a Sociedade Brasileira de Ginecologia preconiza o rastreio das DSTs e a pesquisa de clamídia, bactéria transmitida por contato sexual.

A partir dos 25 anos, o Instituto Nacional do Câncer (Inca) recomenda o rastreio do câncer de colo de útero, através do exame conhecido como Papanicolau. A recomendação do Ministério da Saúde e do Inca é que o exame citopatológico seja realizado em mulheres de 25 a 64 anos de idade, uma vez por ano e, após dois exames anuais consecutivos negativos, a cada três anos.

Para as pacientes que planejam engravidar, a Dra. Marina cita a importância das vacinas, do rastreio do diabetes, da tireoide e a prescrição do ácido fólico.

A mamografia deve ser incluída nos exames anuais a partir dos 40 anos, conforme orientação da Sociedade Brasileira de Mastologia. Como o câncer de mama vem aumentando nos últimos anos, a médica salienta a importância do exame e, além dele, do autoexame das mamas, que não precisa ser mensal, mas deve ser periódico.

Aos 50 anos, é hora de fazer a colonoscopia, exame para detecção do câncer colorretal, que deve ser repetido a cada cinco anos. E a partir dos 65 anos, a saúde óssea da mulher também precisa ser investigada, através do exame de densitometria óssea, cuja periodicidade depende de seus resultados, geralmente sendo repetido a cada 2 anos.

Uma fase da vida feminina que merece atenção especial é a menopausa. A média de idade para início é 50 anos, mas tem acontecido com muita frequência a partir dos 48 anos. Segundo a ginecologista, não há uma explicação para essa precocidade, mas estudos comprovam que o tabagismo pode adiantar a menopausa em cerca de um ano e meio. Além disso, o estresse também é um importante fator de antecipação.

Na menopausa, os sintomas, que se iniciam cerca de três anos antes da última menstruação, comprometem a qualidade de vida da mulher. Ondas de calor, queda da libido, ressecamento vaginal, incontinência urinária são os sintomas mais comuns. A queda hormonal dessa fase também pode provocar aumento da ansiedade, irritabilidade, insônia e depressão. A parte cognitiva também é afetada, gerando esquecimentos mais frequentes.  Por isso, o acompanhamento médico é essencial. Só o médico pode prescrever de forma segura medicações, cremes específicos, terapias alternativas, entre outros cuidados.

A Dra. Marina chama a atenção para a reposição hormonal, que nunca pode ser feita por conta própria. A reposição dos hormônios, quando bem indicada e iniciada no momento certo, atua em todos os eventos que afetam a qualidade de vida na menopausa, melhorando-a em todos os aspectos.

Contudo, a reposição é contraindicada em muitas situações. Mesmo para as mulheres que podem fazer uso deste recurso, aumentam os riscos de trombose, câncer de útero e mama, ressalta a médica. Assim, ao optar pela reposição hormonal, a paciente precisa manter o acompanhamento médico rigoroso. Por outro lado, apesar dos riscos, é comprovado que a reposição hormonal protege a mulher das doenças cardiovasculares e osteoporose.

Enfim, para a saúde física e mental em todas as idades, a médica dá uma dica essencial, principalmente neste momento de isolamento social que vivemos: atividade física. O ganho de peso, segundo a Dra. Marina, aumenta os riscos de diabetes, hipertensão, câncer de útero, mama e outros não ginecológicos. O exercício físico regular auxilia no controle do peso e, na menopausa, em especial, alivia  importantes sintomas como fogachos, ansiedade, depressão e insônia. A médica lembra que é possível fazer exercício sem sair de casa e que é importante que a atividade física seja orientada por um profissional qualificado para atingir seus objetivos e garantir às mulheres a promoção da sua saúde e bem-estar.