Durante muito tempo o suicídio foi um tabu. Por razões culturais, morais e religiosas, a questão sempre foi cercada de medo e desaprovação social. Por isso, ainda hoje, as pessoas enfrentam dificuldades para identificar os sinais e buscar ajuda. Graças a campanhas como o “Setembro Amarelo”, mês mundial de prevenção ao suicídio, muitas barreiras estão sendo superadas. Conhecer as principais causas e saber como ajudar é o primeiro passo para enfrentar o problema.
Neste ano, o tema da campanha criada há oito anos pela Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP), em parceria com o Conselho Federal de Medicina (CFM), é “Agir salva vidas”. Um alerta para a importância de reconhecer e tratar os fatores de risco.
De acordo com a ABP, estudos apontam que em mais de 98% dos casos, o suicídio foi resultado de transtornos mentais não tratados corretamente ou não identificados. Cerca de 96,8% estão relacionados à depressão e ao transtorno bipolar. O uso de substâncias como álcool e outras drogas, transtornos de personalidade e esquizofrenia também são fatores de risco importantes. Vale observar que pessoas que tentaram suicídio previamente têm de cinco a seis vezes mais chances de tentar novamente. Estima-se que 50% daqueles que se suicidaram já haviam tentado antes.
Fatores sociais e econômicos também precisam ser considerados. A Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) aponta que a pandemia de covid-19 intensificou fatores de risco associados a comportamentos suicidas, com perdas de emprego, traumas ou abusos, agravamento dos transtornos mentais e barreiras ao acesso à saúde.
Sinais de alerta
A maioria dos suicídios é precedida por sinais de alertas verbais ou comportamentais. É mito a ideia de que a pessoa que fala em tirar a própria vida não vai fazê-lo realmente. De acordo com o Centro de Valorização da Vida (CVV), ONG que atua no apoio emocional e na prevenção ao suicídio, frases como “preferia estar morto” ou “quero desaparecer” podem indicar necessidade de ajuda. Outros sinais relevantes são isolamento social, mudanças marcantes de hábitos e comportamentos, perda de interesse por atividades de que gostava, descuido com aparência, piora do desempenho escolar ou no trabalho, alterações no sono e no apetite.
Cuidado com a saúde mental
O cenário revelado pelos casos de suicídio serve de alerta para a importância do cuidado com a saúde mental do indivíduo, fortalecendo-o para enfrentar as adversidades da vida. Jovens e idosos se mostram ainda mais vulneráveis diante das dificuldades e precisam de apoio.
A Copass Saúde possui uma ampla rede de atendimento à saúde mental, com cobertura para consultas ambulatoriais com psiquiatras e psicólogos e, em situações mais graves, internação hospitalar ou atendimento em hospital dia.
É possível pesquisa a rede credenciada pelo site, aplicativo ou contato telefônico.
Além disso, existem serviços de apoio a pessoas em situação de risco, como o Centro de Valorização da Vida (CVV) que, em parceria com o SUS, oferece, gratuitamente, apoio emocional e prevenção do suicídio, por diversos canais de atendimento. Saiba mais www.cvv.org.br.
Como ajudar alguém que tem pensamentos suicidas?
A Organização Mundial de Saúde (OMS) orienta:
- Ouça sem julgamentos e ofereça seu apoio (falar sobre suicídio não provoca o suicídio);
- Incentive a procura por ajuda profissional;
- Não deixe a pessoa sozinha, se achar que está em perigo imediato.